Reforma de sobrado prioriza integração e muita luz natural.
“O projeto procura repensar a área social, integrar os espaços e incentivar a permeabilidade entre as áreas internas e externas”. Casa 14
Restaurada para um jovem casal, a casa conta com uma pérgola de concreto armado em toda sua varanda. O paisagismo de José Carlos Andersen, no fundo do terreno, contém grama esmeralda e trepadeira (maracujá), que com o tempo cobrirá o muro
Ao receber o projeto de reforma deste sobrado dos anos 1970, localizado em um terreno de 500 m² em São Paulo, as arquitetas Mariana Andersen e Mariana Guardani, do Casa14, tinham um ponto-chave: repensar toda a distribuição interna do imóvel de 300 m² de área construída, que era muito compartimentado e escuro, deteriorado pelos anos de uso. “Implantada em meios níveis em função do leve declive do terreno, a residência original sugeria a possibilidade de espaços vazios capazes de articular seus diferentes níveis. Entretanto, havia muitas barreiras que dificultavam essa percepção”, contam. Para mudar isso, as profissionais eliminaram algumas paredes e dispensaram a edícula, que ocupava cerca de 100 m² nos fundos do terreno. Ainda nivelaram o piso no térreo, algo que deu mais unidade aos espaços. “Uma esquadria de vidro fixa foi instalada na sala, perpendicular à extensão das portas de correr, de modo que aumentasse a percepção do recuo lateral e a iluminação; isso também possibilitou que o jardim interno fosse estendido e repaginado”, completam. No andar superior encontram-se as áreas íntimas.
A cozinha e o living são abertos para a área externa, fazendo da varanda uma das principais áreas de transição e convívio. Aqui, recebeu mesa de refeições em madeira e mobiliário Oppa. À esquerda, há lugar para uma churrasqueira (Empório do Lazer). As esquadrias de correr de alumínio, com pintura em preto fosco (Van Mar Serralheria), proporcionam grandes aberturas, com luz natural e ventilação cruzada.
Deste ângulo é possível ver como a casa evita as barreiras, apesar de ter ambientes bem definidos. O piso é de ipê-roxo, aconchegante, e o décor conta com peças como o confortável sofá da Mi Casa, estante Securit e cadeiras de Carlos Motta no jantar. A gravura vermelha é de Tomie Ohtakee, ao fundo, poltronas de couro de Sergio Rodrigues.
Nos fundos da sala houve espaço de sobra para um jardim interno que mescla plantas e pedras, que recebe bastante iluminação natural graças às generosas esquadrias. A escadaria é em concreto e recebeu nata de cimento queimado. Suas pisadas são de madeira maciça.
O home-office conta com um acesso independente e, ali, a laje foi apoiada nas paredes laterais, liberando um espaço junto ao teto para fechamento com vidro, proporcionando ainda mais luminosidade. A área externa faz parte do recuo lateral do terreno e tem pergolado de concreto, onde os moradores guardam seus materiais esportivos. Na decoração, máscaras africanas. O tapete é Botteh.
A cozinha é unida à área social e varanda por meio de portas de vidro de correr. Conta com móveis sob medida que organizam e abrigam os eletrodomésticos (Electrolux e Samsung). O divertido misturador vermelho é da Docol. O piso recebeu porcelanato (Portobello), pela praticidade.
Por Marcela Millan Imagens Maíra Acayaba Matéria publicada em Anuário CM edição 20.
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