A determinação de Renato Rocha, CEO da HunterDouglas
CM fez com o executivo! Qual a sua formação? Cursei engenharia mecânica na Unicamp. No dia seguinte ao da festa de formatura entrei na HunterDouglas, onde estou até hoje. A colação de grau foi no sábado, no domingo teve um churrasco e na segunda-feira, às 7h27 da manhã, eu começava meu primeiro dia de trabalho na HunterDouglas, já como engenheiro, na fábrica em Campinas (SP). Entrei na área de manutenção de maquinário, depois na automação de maquinário. Assumi várias outras funções depois disso, até ser promovido a gerente industrial, depois gerente geral. Foi quando me chamaram para ir ao México, onde fiquei encarregado da reformulação da parte fabril. Falava espanhol? Não falava nada! Mas nunca tive medo de desafios, nunca vi a língua como um impedimento. Cheguei ao hotel, liguei a televisão e comecei a aprender ali mesmo. Hoje sou fluente. E como foi? O negócio no México caminhou super bem, estava muito feliz lá com meu trabalho, até que um dia o presidente da América Latina me disse que estava se retirando e que eu iria ser nominado para o seu cargo. Estou nessa posição há mais de dez anos. Ao todo, são 28 anos de HunterDouglas. Qual o posicionamento da empresa nos dias atuais? O principal foco como um todo é continuar com a liderança por meio de inovação tecnológica e produto, que é a integração das persianas com os sistemas inteligentes. Queremos levar novas oportunidades de negócio às nossas revendas. Somos indiscutivelmente líderes no mercado de persianas e cortinas, somos o espelho dos concorrentes, todos querem ter o produto que fazemos, copiam muito e até os nomes eles colocam parecidos, o que dá uma certa dor de cabeça. Hoje temos pelo menos dez concorrentes cujo nome termina com “flex”, de Luxaflex, nossa marca mais famosa aqui. Essa é uma consequência da liderança, somos referência no mercado. Algumas pessoas confundem HunterDouglas com Luxaflex. HunterDouglas é o nome da empresa de persianas, cortinas, toldos e produtos arquitetônicos, como brises, forros e fachadas, que nasceu na Holanda em 1919 e atua no mundo inteiro, está em mais de 120 países. No Brasil, temos uma fábrica e quatro unidades de montagem. As lojas são todas revendas independentes. Hoje há cerca de 450 revendas no Brasil. Já a Luxaflex é uma das marcas da HunterDouglas, que foi desenvolvida principalmente para o mercado europeu e cresceu muito no Brasil. O que causou certa confusão é que muitos produtos vem dos Estados Unidos e lá a marca é apenas HunterDoulgas. Tudo vem com esse nome, não há identificação de Luxaflex. Pretendem mudar isso? Existe algum plano para essa diferenciação ficar mais clara? Decidimos executar uma transição da marca Luxaflex para a HunterDouglas, para fazer uma unificação mundial. Com isso, também iremos nos diferenciar dos concorrentes que usam o final “flex” nos produtos, nos distanciando deles. Hoje em dia já se vê muito mais HunterDouglas do que Luxaflex. Como é o relacionamento com especificadores? Temos um departamento de especificação grande, para relacionamento com arquitetos e designers de interiores. Esse é um enfoque, principalmente na área de produto arquitetônico, onde temos que especificar para poder vender. Não só dedicamos um departamento inteiro a esse relacionamento, como temos também um programa de incentivo para os profissionais. Como agradecimento, oferecemos viagens e patrocínio de obras culturais, livros, mostras, entre outras iniciativas. O que é ser líder? É um conjunto de coisas. Primeiro, a liderança você conquista, não é imposta. Aquele líder que foi promovido a uma gerência, se ele assume de uma maneira um pouco ditatorial, querendo impor, ele é apenas um chefe. O líder tem que conquistar a confiança da equipe. Para isso, precisa demonstrar não só qualidades técnicas, intelectuais, mas também de comportamento. Líder é aquele que faz com que o time trabalhe bem e mais motivado, também pensando no futuro. O líder tem que motivar, inspirar as pessoas. Parte do líder é ter inteligência emocional. Ele se relaciona com pessoas; não é só a parte técnica, os problemas do trabalho. Uma das facetas fundamentais é saber se relacionar com seus empregados, com sua empresa, não deixar que essa posição suba à cabeça. Tem que ser de fácil acesso e falar a mesma língua. Como reconhecer um talento? Essa é uma das características de um bom líder: identificar talentos. Se é uma pessoa que está no seu grupo de trabalho, é relativamente fácil detectá-lo, pois ele é aquela pessoa participativa, que quando está em reuniões e apresentações, faz questionamentos inteligentes, traz propostas, não faz apenas o que tem que fazer.O talento assume responsabilidades, tem iniciativa. Algumas pessoas se sobressaem naturalmente sobre outras. Como gerenciar crises? Já passei por muitas crises e assumi responsabilidades. Você tem que reduzir custos, a gordura da empresa, mas sem cortar a energia, a capacidade da empresa para, em um futuro melhor, crescer mais rápido que os outros. É importante administrar a moral da tropa para que veja que é um momento passageiro e que o porvir será melhor. As crises também trazem muitas oportunidades. Elas fazem olhar melhor para dentro e para fora da empresa. Quando não se está em crise, a estrutura fica um pouco mais acomodada. Crise é bom porque dá uma enxugada na empresa, você reestrutura melhor suas atividades, vê potenciais melhoras de processo. Quais são os desafios de um líder? Continuar com a conquista da confiança. Ele não pode perder a confiabilidade do seu time nem nas piores crises. O maior desafio são os ativos humanos, como lidar com as pessoas, observar se elas se sentem bem ou não, se estão motivadas em trabalhar na empresa. Como se manter na liderança? Você tem que inovar em tudo. A empresa parte de um bom produto, mas além disso, é preciso estar à frente em termos de serviço, na atenção ao mercado, em sistemas de treinamento, processos de fabricação, menos desperdício. Você tem que inovar também em todos os seus processos internos para estar à frente de seus concorrentes, ser mais produtivo e ter menos custos. Quais são seus hobbies? Fui jogador de vôlei. Atuei profissionalmente em alguns times durante dez anos, ganhei alguns títulos, e continuo praticando até hoje. Também jogo tênis. Nas férias aprecio esquiar; costumo ir para o sul da França, Colorado [EUA] e Chile. Também gosto de velejar e de motocicletas. Tenho mais hobbies do que deveria porque sempre falta tempo [risos]!]]>
Rc Cursos Online 24/11/2021 at 6:39 pm
Aqui é a Bianca De Oliveira, gostei muito do seu artigo tem
muito conteúdo de valor, parabéns nota 10.
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