Apartamento explora a força da estrutura metálica
Manter e respeitar a linguagem original do edifício foi um dos pontos-chave da reforma do apartamento executada pelo escritório Piratininga (comandado por João Paulo Beugger, José Armênio de Brito Cruz, Marcos Aldrighi e Renata Semin), com colaboração do JPG (de José Paulo Gouvêa). Localizado em Belo Horizonte (MG), o prédio possui estrutura metálica explorada conceitualmente pelos arquite- tos, que levaram o material a outros ele- mentos da moradia.
Com área generosa são aproximadamente 600 m², o apartamento foi repaginado para abrigar um casal, além de reservar dois dormitórios para seus netos. Os espaços foram inteiramente repensados. “A planta original, que continha muitas paredes, foi transformada para abrigar organização espacial diferente, com novos ambientes”, contam os profissionais. Assim, as divisões originais foram eliminadas e optou-se por exibir as lajes de concreto aparente. Uma grande estante metálica foi a solução para estabelecer a nova divisão espacial, cruzan- do o apartamento longitudinalmente.
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O apartamento conta com um grande painel de aço, em consonância com a estrutura metálica aparente. O jardim interno nasce a partir da reconfiguração do espaço e é parcialmente separado do estar por uma divisória piso-teto. As amplas janelas do edifício garantem iluminação e ventilação natural.[/caption]
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Colecionadora de obras de arte, artefatos e mobiliário, a proprietária queria uma galeria com parte dos itens que adquiriu ao longo da vida. As estantes também são metálicas, para seguir a linguagem do edifício. No piso, o revestimento cimentício conversa com a laje de concreto.[/caption]
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Na cozinha gourmet ficam evidentes as estruturas metálicas do projeto arquitetônico original. O toque pessoal e de cor fica por conta da coleção de pratos, à direita, que contrasta com a predominância do metálico e do concreto.[/caption]
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A biblioteca faz parte do eixo central do apartamento, compreendendo as áreas de estar e home office ambientes mais amplos.[/caption]
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O lavabo (um volume fechado com painel de aço, com parece revestida em vidro serigrafado). A proprietária já tinha a maioria dos vasos e plantas que configuram o jardim interno.[/caption]
“O projeto parte da premissa de se revelar a estrutura metálica, destacando o potencial que já era inerente àquele espaço”.
“Este eixo recebe peças artísticas, dispostas em uma galeria, além da sequência de estantes metálicas, que cumprem a função de biblioteca, móvel para abrigar a coleção de artigos pessoais e cristaleira”, dizem os arquitetos. Elemento de destaque, a galeria expõe uma amostra da coleção que a proprietária adquiriu durante suas viagens, que inclui nomes como Iberê Camargo e Amilcar de Castro. O projeto luminotécnico é cênico, com luz indireta e foco voltado para as obras de arte.
A predominância do metálico entra em harmonia com a linguagem do próprio edifício a estrutura recebeu tratamento com prime de fundo (zarcão) e pintura de esmalte automotivo branco fosco. Para seguir o mesmo conceito, os arquitetos optaram, também, por deixar dutos e con- creto aparentes. Os pontos de cor ficam na galeria de arte e em alguns móveis, que já pertenciam ao casal. “A decisão de revelar os detalhes de construção e os tubos, além de usar materiais como concreto e aço, é para fazer referência ao estilo do edifício original”, ressaltam.
A área social comporta uma cozinha aberta, sala de estar, de jantar e de TV. Lavabo e despensa aparecem mais compactos, em volumes feitos com painéis de aço. O apartamento ainda conta com dois jardins internos, que substituíram paredes e trouxeram um pouco de verde para o espaço.
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O quarto do casal traz parede de concreto enformado e moldado in loco. Essas mesmas paredes baixas são pensadas para dar continuidade aos ambientes, sem interferir na estrutura do edifício.[/caption]
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O banheiro (de concreto autoportante) tem bancada de Corian e pé-direito mais baixo.[/caption]
Imagens: Jomar Bragança