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Dois mundos Passado e presente se harmonizam em projeto que reafirma e assegura patrimônio histórico.    

“O museu enaltece o eixo simbólico que reúne os planos do sagrado, da memória e do cotidiano local; essa é sua identidade”.

      Gustavo Penna         Para homenagear o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, Patrimônio Cultural Mundial, o Museu de Congonhas está localizado na cidade que lhe dá o nome, em Minas Gerais. Nos 3.625 m² de área construída, o maior desafio foi implantar um prédio contemporâneo sem tirar o protagonismo de todo o conjunto secular. A construção deveria conversar com ele, fazer uma ponte entre passado e presente. “Isso ocorre devido a algumas características, como uma implantação neutra, sem competição volumétrica com o conjunto arquitetônico principal; o ‘ritmo’ da construção, com suas aberturas, proporções, alinhamentos e altimetrias em escala similar ao do resto do conjunto; a grande base da edificação é em pedra, muito peculiar da época da construção do santuário”, explica o arquiteto. Em seu interior, os espaços são fluidos e claros.     [caption id="attachment_8073" align="aligncenter" width="710"] Uma das preocupações foi integrar o museu ao entorno; por isso, respeitar a topografia inclinada foi importante. Gustavo Penna utilizou um sistema construtivo composto por pórticos em concreto armado. A parte superior é mais leve, fluida – em cinza, está o coroamento do pórtico, uma viga em concreto apicoado. As paredes são caiadas e pintadas com tinta mineral – a mesma usada na restauração das capelas dos Passos de Cristo e da basílica, aprovada pelo Iphan.[/caption]   [caption id="attachment_8074" align="aligncenter" width="600"] Deste ângulo, a forma irregular do museu se destaca, mas não compete com o Santuário.
A longa e suave curvatura do prédio “se derrama na encosta, em um formato côncavo que ecoa a forma oval do local de romaria, logo abaixo, como se as duas se encaixassem”, diz Penna. As janelas acompanham a forma da edificação, tendo várias alturas. A base é em pedra ouro preto, da região.[/caption]   [caption id="attachment_8075" align="aligncenter" width="605"] Todo o edifício apresenta aberturas, proporções, alinhamentos e altimetrias em escala similar ao do conjunto tombado. Emoldurado por essas grandes janelas para a paisagem localiza-se o anfiteatro, que se assenta no próprio terreno e possibilita a realização de eventos ao ar livre.[/caption]   [caption id="attachment_8076" align="aligncenter" width="606"] O interior do museu tem espaços fluidos. “Limpos, alvos, claros, nada fragmentado”, enfatiza o arquiteto. O pavimento é de cimentício autonivelante (NR Revestimentos). Nele, as redondas grelhas de ar-condicionado aparecem, pois o sistema de insuflamento (Werden) é feito pelo piso. No teto, caixas de luz com tecido translúcido (Tensoflex) possibilitam múltiplas configurações de exposição.[/caption]     [caption id="attachment_8080" align="aligncenter" width="603"] Passado e presente conversam com equilíbrio nas exposições, na qual a tecnologia se complementa com obras icônicas e de muito valor histórico, como a reprodução dos doze profetas, de Aleijadinho. O projeto de expografia foi feito pelo escritório OkaLab, sob a coordenação do designer Luis Sardá.[/caption]   [caption id="attachment_8081" align="aligncenter" width="600"] As paredes externas da sala de exposição permanente são isoladas acusticamente com mantas de poliéster, para preservar o ambiente dos ruídos externos. Elementos de audiovisual auxiliam na imersão, complementando as exposições.[/caption]   [caption id="attachment_8082" align="aligncenter" width="420"] A iluminação é dirigida, e tem possibilidade de criar cenários. “Através de shafts em drywall nas paredes da exposição permanente e dos recursos e facilidades nos pisos das áreas do entorno permite-se a criação de qualquer arranjo museográfico”, explica Penna.[/caption]                  ]]>