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O Novo Centro Congressi de Roma impressiona por sua estrutura. Internamente, o casulo se assemelha a uma nuvem, com sua estrutura de aço recoberta com uma cortina translúcida de fibra de vidro. Tal composição, cheia de curvas, evoca uma espécie de trilho.[/caption]
O edifício do novo centro de convenções de Roma é um grande corpo de vidro e aço que deixa entrever, em seu interior, a Nuvola – ou “nuvem”, em bom português, em uma alegoria propiciada pelo volume que parece flutuar. De estrutura exuberante, o complexo foi concebido pelo Studio Fuksas, comandado por Massimiliano e Doriana Fuksas. Trata-se de um novo marco arquitetônico na capital italiana, que contrasta em sua contemporaneidade com os cartões postais tradicionais da cidade eterna, como o Coliseu ou o Panteão.
O conjunto, à prova de terremotos, tem um total de 55 mil m² construídos. O Nuovo Centro Congressi poderá acolher até 12 mil pessoas, congregando auditórios, espaços de exposição e áreas públicas, além de um hotel. Foram cerca de 18 anos entre seu planejamento e construção, ao custo de 239 milhões de euros (cerca de R$ 851 milhões). Ele está localizado ao sul de Roma, no bairro de negócios de EUR.
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Massimiliano e Doriana Fuksas[/caption]
Um dos primeiros desenhos da Nuvola mostram, com traços e cores, o volume que mais parece uma escultura; na maquete, seu posicionamento no interior da fachada estruturada, composta por linhas retas.[/caption]
Estrutura firme
Os números impressionam: foram 37 mil toneladas de aço (o equivalente a quase cinco torres Eiffel) e 58 mil metros de vidro utilizados na edificação, em uma extensão equivalente a oito campos de futebol. Ele foi feito estruturalmente para resistir a ondas sísmicas, um alívio contra o pesadelo dos terremotos que tem assolado diversas localidades italianas.
O projeto está dividido em três diferentes conceitos, denominados Theca, Nuvem e Lâmina. O primeiro consiste na impressionante fachada do centro de convenções e lobby. O invólucro tem estrutura metálica e de concreto reforçado, fechado com fachada de vidro estratificado extra brilhante no exterior; internamente, os vidros duplos contam com proteção aos raios solares e conferem isolamento térmico. O edifício tem 39 metros de altura (ou 48, se medido deste o subsolo) e soma 7.800 m² destinados a um espaço para conferências públicas e privadas, exposições e eventos de grande escala.
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Uma escadaria de concreto parcialmente descoberta convida à entrada, pelo subsolo, que conduz ao saguão principal e às áreas de instalações e serviços. De fora, o vislumbre da Nuvem lembra um coração dentro do edifício.[/caption]
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Lâmina abriga o hotel, com área construída de 18 mil m². Ele foi erguido com uma estrutura de metal e concreto reforçado. Em sua fachada, vidros duplos escuros têm proteção contra raios UV. As áreas verdes formam duas praças de uso público.[/caption]
Suspensa em seu coração encontra-se a Nuvem, a estrutura mais marcante em termos arquitetônicos. Sua estrutura de aço, apoiada lateralmente na Theca, está recoberta com uma membrana de 15 mil m² em fibra de vidro e silicone retardador de chamas. Essa forma escultural – que também se assemelha a um órgão interno quando vislumbrada do lado de fora – tem cinco patamares de escadas rolantes e passarelas que conduzem a um auditório com capacidade para 1.800 pessoas, revestido com painéis de cerejeira, que auxiliam na acústica. Sua forma ovalada também garante uma boa repercussão do som.
A Lâmina, por sua vez, é um edifício autônomo de 17 andares, que funciona como hotel, computando 439 quartos, incluindo sete suítes. São 18 mil m², que também incluem spa e restaurante. Uma garagem para até 600 carros se encontra no subterrâneo do complexo, enquanto as áreas em seu entorno foram concebidas como duas praças públicas, para diversas atividades de lazer ao ar livre.
O projeto também se aproxima das questões sustentáveis, incluindo 3 mil m² de painéis fotovoltaicos na cobertura – que auxiliam na produção de energia e aquecimento de água –, e um sistema de ventilação natural. As características ecológicas incluem ainda um sistema de reaproveitamento de água pluvial, no qual as calhas a recolhem e filtram, e vai parar em um tanque de armazenamento. A água pode então ser bombeada para o sistema interno.
Todas essas características tornam o novo centro de convenções no novo coração pulsante de Roma.
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Graças à estrutura metálica em curvas, foi possível dar a forma orgânica ao espaço que contém os acessos e o auditório.[/caption]
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Algumas aberturas dentro da Nuvem oferecem vistas do exterior, como um céu que abre. A passarela recebe guarda-corpo de vidro, para não interferir no desenho da estrutura.[/caption]
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O auditório para 1.800 pessoas foi revestido com painéis de cerejeira, para melhorar a sua acústica. As poltronas vermelhas foram desenhadas pelo Studio Fuksas e confeccionadas pela Poltrona Frau. As luminárias pendentes também são assinadas pelo escritório, produzidas pela iGuzzini.[/caption]
Por Marcela Millan
Imagens Francesco Colarossi, Gianmarco Chieregato, Leonardo Finotti e Moreno Maggi
Matéria publicada em Anuário CM 17
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Nuovo Centro Congressi, concebido pelo Studio Fuksas, exibe estrutura exuberante e alegoria escultural que parece flutuar
Na nuvem
Studio Fuksas projeta espaço de convenções na capital italiana, inspirado na arquitetura racionalista da década de 1930.
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“O complexo segue as linhas ortogonais simples da arquitetura racionalista dos anos de 1930”, discorrem os arquitetos, que se inspiraram nos arredores do local para elaborar o seu traçado.
Massimiliano assegura que nada mudou no seu conceito desde que realizou os primeiros esboços, ainda no milênio passado. E toda a espera valeu a pena, pois o projeto se une a uma lista de edifícios contemporâneos notáveis da capital italiana, assinados por nomes como Renzo Piano e Zaha Hadid. [caption id="attachment_8253" align="aligncenter" width="596"]





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