A ousadia nos retalhos
personagem do mundo
Por muito tempo a pergunta “por quê?” assombrou Annita Romano. Primeiro ao se perguntar o motivo de atuar como arquiteta. Depois, ao questionar sua entrega radical às artes plásticas, em 2004. “Quando arquiteta, não me sabia apaixonada pela arte que produzo hoje; ou melhor, pela arte que me produz hoje”, conta de seu apartamento em Frankfurt, na Alemanha, onde reside.
Ex-proprietária de um charmoso ateliê (antes escritório de arquitetura) na Praça Buenos Aires, mudou-se para a Europa – morou também na França, Paris – em 2006, com seu marido e dois filhos em busca de vivências que os fizessem sentir “outros em meio de tantos uns” – um desejo antigo –, como relata. Hoje, fomada em literatura e poesias antigas e em história da arte (Ecole du Louvre) em terras francesas, ela, mestra em arquitetura pela Universidade de São Paulo, é a única estrangeira integrante da galeria KünstlerKreis Kelkheim e.V., em Kerkheim.
Das pinceladas, passou à tinta direto na tela com várias partes do corpo. Daí ao uso de fitas, miçangas, brincos e materiais encontrados na rua foi um pulo. Em suas obras, como a icônica J’ai Découvert des Fleurs Inside Me (2007), o elemento feminino é presença forte. Apesar da costura e bordado delicados, porém, é na mulher selvagem que as criações encontram significação. “Busco a força de nossas antepassadas, líderes de grupos nômades”, diz. A um olhar atento não escapa essa mulher nos tecidos rasgados, na trama imperfeita de Annita, que, para 2014, já tem prevista a Textile Art Berlin, em junho. annitaromano.com
(matéria publicada na Revista Decorar 80, em Dezembro de 2013)
FOTOS Patrícia Golvea
Hermes Dagoberto 22/09/2020 at 1:19 pm
Gostei do assunto de sua publicação, gostaria de ver se é pertinente de divulgar em meu site: link acima.
Sds.
Hermes