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Pavilhão projetado por Decio Tozzi no parque Villa-Lobos se transforma em biblioteca

O Parque Villa-Lobos, localizado na Zona Oeste de São Paulo, é um exemplo de recuperação ambiental. Décadas atrás, o terreno funcionava como um depósito de resíduos, principalmente os da construção civil. Não era exatamente um lixão, já que não costumava receber qualquer tipo de lixo, mas o entulho e a sujeira faziam do local um dos mais degradados da cidade. O cenário mudou completamente quando o projeto do arquiteto Decio Tozzi foi inaugurado em 1994: um parque com quase um milhão de m² surgiu como opção de lazer ao ar livre para a população.

[caption id="attachment_4001" align="aligncenter" width="708"]Tendo o concreto aparente como personagem principal, a edificação de Decio Tozzi é marcada pela composição de um volume retangular com pórticos interligados a uma grelha na fachada, o que deixa tudo mais leve e ornamental. Os grandes vãos com fechamento de vidro – inclusive no teto – permitem a entrada de luz natural na maior parte dos espaços. Tendo o concreto aparente como personagem principal, a edificação de Decio Tozzi é marcada pela composição de um volume retangular com pórticos interligados a uma grelha na fachada, o que deixa tudo mais leve e ornamental. Os grandes vãos com fechamento de vidro – inclusive no teto – permitem a entrada de luz natural na maior parte dos espaços.[/caption]  

Decio criou uma infraestrutura com diversos equipamentos, incluindo pavilhões destinados a atividades culturais. Um dos prédios, construído entre 2009 e 2013, deu vida recentemente a uma biblioteca, a BVL (Biblioteca Villa-Lobos). Quem ficou encarregado de readequar os espaços foi o arquiteto Dante Della Manna. “Nossa proposta foi oferecer uma biblioteca para o parque e um parque para a biblioteca”, afirma o profissional, que usou como conceito a ideia de que a biblioteca deveria se inserir no local como extensão do próprio parque, sendo este o principal cenário a ser percebido de qualquer um dos ambientes internos.

  [caption id="attachment_4002" align="alignleft" width="393"]Dante Della Manna reservou o térreo para as crianças. O arquiteto tirou partido do grande átrio central, onde abunda luz natural, para distribuir assentos e locais de descontração onde pais e filhos podem passar o tempo juntos. A estrutura de madeira, combinada ao elemento preso ao teto que filtra a luz, ajuda a aquecer e a acolher os visitantes. Dante Della Manna reservou o térreo para as crianças. O arquiteto tirou partido do grande átrio central, onde abunda luz natural, para distribuir assentos e locais de descontração onde pais e filhos podem passar o tempo juntos. A estrutura de madeira, combinada ao elemento preso ao teto que filtra a luz, ajuda a aquecer e a acolher os visitantes.[/caption]

A arquitetura de Decio ajudou para que Dante chegasse a esse resultado. “O edifício existente contribuiu bastante com todo o seu perímetro envidraçado, com os mezaninos, com os espaços exteriores dotados de pérgolas, espelhos d’água e o paisagismo circundante”, relata.

 

A planta do pavilhão admitiu o novo programa sem necessidade de nenhuma alteração estrutural, pois o grande átrio central, munido de iluminação zenital, estabelece-se como importante elemento na distribuição para as alas laterais e para o auditório contíguo. Assim, o arquiteto abrigou nas alas laterais espaços de leitura e depósitos de livros acessíveis pelos leitores, além das áreas administrativas e de empréstimos de obras.

[caption id="attachment_4003" align="aligncenter" width="693"]O novo equipamento cultural se manteve acessível e amplo. O arquiteto especificou um mobiliário flexível, que pode ser remanejado no layout, caso seja necessário. Outras prioridades foram a presença de aspectos lúdicos e a praticidade para cada setor, organizados pelos usos e pela faixa etária. O novo equipamento cultural se manteve acessível e amplo. O arquiteto especificou um mobiliário flexível, que pode ser remanejado no layout, caso seja necessário. Outras prioridades foram a presença de aspectos lúdicos e a praticidade para cada setor, organizados pelos usos e pela faixa etária.[/caption]

 

[caption id="attachment_4004" align="alignright" width="401"]Marcado pelo concreto aparente, o prédio possui grandes vãos que foram fechados com vidro: enquanto houver sol, a iluminação natural estará garantida. Dante coloriu os ambientes com tons de roxo, verde, azul e amarelo, especificamente nos assentos. O restante do mobiliário é bem neutro e discreto. Marcado pelo concreto aparente, o prédio possui grandes vãos que foram fechados com vidro: enquanto houver sol, a iluminação natural estará garantida. Dante coloriu os ambientes com tons de roxo, verde, azul e amarelo, especificamente nos assentos. O restante do mobiliário é bem neutro e discreto.[/caption]

Já o auditório, que pode abrigar até 250 pessoas, tem caráter multiuso e atende a diversas atividades, como palestras, debates, projeções e seminários. Com quatro mil m² e três andares, Dante reservou o térreo para os livros e atividades infantis, e deixou os dois pavimentos superiores para os adultos.

        Imagens: Joana França e Nelson Kon]]>

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