Clean na medida

Todos os mobiliários foram trocados nesse apartamento para torná-lo sóbrio e encantador

Renovar a casa sem precisar de uma grande obra para alterar a planta ou envolver remoções de alvenaria foi a proposta do morador de 65 anos para as arquitetas Tais Perina e Luma Serrachioli, à frente do escritório K Arquitetura. “Apesar de recebermos um imóvel conservado, precisávamos transformá-lo em um refúgio masculino, sofisticado e com um toque de boemia. A solução foi adotar um conceito clean, com cores sóbrias e pouca informação, lançando mão da troca de todo mobiliário, novo projeto luminotécnico e acabamento no piso original”, explica a dupla.

Segundo elas, o apartamento de 220 m² localizado no bairro paulistano dos Jardins contava com uma mobília muito antiga, que não valorizava os 60 m² de living, perfeito para criar um ambiente integrado, porém acolhedor, na medida para o proprietário que adora receber amigos para confraternizações.  “Projetada para receber e acolher, seja para aperitivos e drinques ou para curtir um filme no home theater, a sala tem atmosfera casual”, contam. Coração do apartamento, ela é dividida em dois ambientes e, para aproveitar ainda mais o espaço e torná-lo descontraído, a aposta foi dispensar uma mesa de jantar – no lugar dela, mais sofás, pufes, poltronas e mesas baixas compõe os ambientes, fluidos e sem barreiras. “Como o morador não gosta de nada muito fixo, trabalhamos com mobiliário solto, que pudesse ser remodelado de acordo com seu desejo”, expõem. As peças se combinam a marcenaria desenhada pela dupla, como o home theater.

“O proprietário queria uma transformação, porém sem alterações na alvenaria”

Tais Perina e Luma Serrachioli, K Arquitetura

Também para acolher e criar uma atmosfera sóbria, os revestimentos e acabamentos seguem cartela de cores neutras e materiais naturais. No piso, por exemplo, as arquitetas mantiveram o taco de madeira e, sobre ele, grandes tapetes delimitam os ambientes. Os tecidos de linhão e veludo foram escolhidos para os sofás, pelo aconchego ao toque. No hall de entrada, por sua vez, a ideia foi apenas reformar o piso de travertino já existente, recuperando algumas imperfeições – para aquecer, forro, portas e parede foram revestidas de carvalho. “O painel do hall e alguns quadros neutros foram estrategicamente colocados a fim de quebrar a monotonia sem desrespeitar o gosto do morador, que não gosta de nada preso à parede”, dizem as profissionais.

A iluminação foi um desafio importante. “Para não interferir na altura do pé-direito, sancas laterais e um rebaixo central foram criados, proporcionando iluminação indireta”, explicam. As lâmpadas de LED dimerizáveis se juntam ao sistema de automatização, que, além da iluminação, controla som, home e climatização. Conforto em todas as ocasiões.

Por Marcela Millan
Imagens Demian Golovaty
Matéria Publicada em Revista Decorar 123.

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