
Projeto recupera estrutura, reaproveita materiais e configura layout moderno à casa dos anos 1950
Cinquentona moderna
Reforma radical muda a forma de uso desta casa dos anos 1950 no Sumaré

A residência de 197m², no bairro do Sumaré, zona oeste de São Paulo, tinha um formato muito ligado à forma de se viver na época de sua construção nos anos 1950, com edícula e recuos laterais utilizados para circulação entre as áreas sociais e as de serviço. Como a intenção dos novos proprietários, um casal de jovens, era reformular o layout do imóvel para priorizar o estilo de vida atual – áreas de convívio abertas e espaços de permanência – o escritório de arquitetura Apiacás Arquitetos, dos sócios Acácia Furuya, Anderson Freitas e Pedro Barros, propôs uma intervenção radical na espacialidade para alterar a forma de uso da casa.
A começar pela necessidade de alterações estruturais, como as vigas de transição em substituição aos pilares. A transição se dá de forma que as vigas transferem a carga dos pilares para as extremidades, reforçando o perímetro com uma parede estrutural. Já a edícula deu lugar a uma maior área externa integrada a um térreo mais fluído. Após a demolição da edícula, foi identificado o desperdício de material de boa qualidade e, na busca de uma alternativa para o entulho, o escritório optou pela técnica do concreto ciclópico, uma solução que evita desperdício e supre a necessidade de reforçar o perímetro.
“O reaproveitamento de material, além de garantir economia na obra, diminuiu significativamente o transporte de entulho, um impacto positivo na questão sustentável. Havia a necessidade de recuperar a estrutura e deixar o pavimento térreo fluído, porém robusto para suportar o pavimento superior”



A conexão entre os pavimentos superior e inferior é realizada por meio de uma nova escada deslocada para a lateral – a retirada da antiga escada trouxe variação de pé-direito, maior ventilação e incidência de luz natural. No vazio da antiga escada, foi implantada uma lareira suspensa para manter a ideia de continuidade no espaço, além de facilitar a circulação ao redor, como uma espécie de fogueira.
A fachada foi remodelada com grandes caixilhos companos de vidro, que seguem a linha do projeto de explorar a integração entre áreas internas e externas- uma espécie de ambiente à céu aberto, porém com a privacidade necessária graças aos muros do perímetro do terreno. No quintal – hoje área de convívio – o piso recebeu tratamento impermeável com grama e deque junto à piscina, ambiente que se integra à área social com a abertura das grandes portas de vidro. “As intervenções modificaram a construção, tornando-a muito mais integrada, ventilada, iluminada e econômica”, analisa o arquiteto.



Por Gabriella Afonso
Imagens Pregnolato & Kusuki
Matéria Publicada em Revista Decorar 119.
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