Posted on

O Concerto, projeto de Gustavo Penna e Sandra Penna na Modernos Eternos BH 2021

arquitetura | Gustavo Penna e Sandra Penna

 

Projeto de Gustavo Penna e Sandra Penna para Modernos Eternos 2021 busca evidenciar a história, a possibilidade dos encontros e a conexão com a arte.

 

O auditório do Colégio Arnaldo, inaugurado em 1912, é o espaço que recebe o projeto assinado pelo arquiteto Gustavo Penna e por sua irmã, a designer de interiores e colecionadora Sandra Penna, durante a mostra Modernos Eternos 2021. O lugar escolhido já apresenta em sua história um clima fora do tempo e do lugar comum, misturando características que trafegam entre o solene e o cênico, revelando uma arquitetura eclética marcada pelos detalhes.

 

 

Essa atmosfera intangível, comum aos teatros, é que foi responsável por despertar nos criadores o interesse em ressignificar este espaço, mantendo a arte, especialmente a música, como a grande protagonista. Desde o início, o foco do projeto concentrou-se no teto, com forro original pintado, trazendo à cena grandes compositores clássicos como Bach, Beethoven, Mozart e Chopin, além de alguns instrumentos musicais. “Quando vimos esse trabalho, ficamos inspirados para criar o restaurante O CONCERTO, uma proposta de união entre a música e os prazeres da mesa”, comenta Gustavo. Para dar a ideia de continuidade do teto, a proposta foi a instalação de um espelho em uma das laterais criando um percurso infinito.

 

 

Para ter a exata noção do espaço, a equipe da Gustavo Penna Arquiteto & Associados, a PGA&A, retirou todas as cadeiras da plateia, bem como todos os equipamentos, como caixas de som, ventiladores, luminárias, além de toda a fiação aparente. Vazio, o piso foi nivelado de forma flutuante, sem encostar nas paredes nos acessos laterais, que ficaram livres para a passagem dos funcionários e dos músicos.

 

Um dos pontos altos do projeto é a iluminação, com destaque para uma luminária em formato de um zepelin, com 6m de comprimento, que sobrevoa o balcão do bar. Desenhada pelo arquiteto, ela foi produzida pela VettroLucci especialmente para o ambiente. Feita em estrutura metálica ultraleve, ela possui forro em lycra branca, permitindo que a iluminação embutida possa ser alterada por meio de um aplicativo de celular, criando uma luz opaca.

 

 

Tanto no mobiliário, assinado pela Líder Interiores, quanto nas paredes, a predominância dos tons terrosos ressalta a sintonia do lugar.  A opção foi criar uma série de pequenos espaços com sofás em arco, mesas e poltronas compondo conjuntos para o público que estará à espera das iguarias assinadas pelo chef Leo Paixão enquanto apreciam apresentações musicais.

 

Na cortina do palco, o veludo deu lugar a uma intervenção em painéis metálicos, que foram perfurados em círculos com corte a laser de tamanhos variados, criando um efeito tridimensional.  Em tom mais escuro que a parede, a passadeira central, assinada pela artista Rita Lessa atravessa todo o ambiente, que possui cerca de 26m de comprimento. Nivelados, o piso do tablado e do palco tem alturas praticamente a mesma, exceto as duas áreas destinadas às apresentações musicais, onde os instrumentos, piano, violoncelo e saxofone, presentes no ambiente, reforçam a ideia que dá nome ao restaurante.

 

 

Por fim, uma licença poética, na entrada, em um trecho da parede conformado como as janelas, um violão ilustre puxa o olhar do visitante. Iluminado de baixo para cima, trata-se do instrumento do músico Toninho Horta. Reconhecido e venerado por suas composições, sua técnica e seu talento mundialmente, ele é ex-aluno do Colégio Arnaldo e foi escolhido pelo arquiteto Gustavo Penna para receber essa sensível homenagem.

 

fotos | Gustavo Xavier | @gustavoxavierfotografia

Deixe um comentário

Your email address will not be published.
*
*