
A peça vintage e o universo do design industrial de Rapha Preto
RAPHA PRETO
O design industrial definitivamente está no radar dos designers de interiores e arquitetos. Está também recebendo atenção especial de colecionadores de forma geral. O movimento começou por Nova York junto com a mudança de artistas, designers, artesãos e lojistas descolados do Soho para o Brooklyn. Hoje, como uma das áreas mais ativas e celeiro criativo da cidade americana, transmite ao mundo suas vibrações.
O conceito de utilizar materiais de reuso não é nova. Colar, soldar, pregar, parafusar e fazer montagens também não. Desde o século passado, artistas têm usado estes recursos para produzirem sua arte.
O novo é a supervalorização dos objetos industriais desgastados, seja para projetos de interiores, seja para compor coleções. Tornos, parafusos gigantes, engrenagens e outros objetos estão sendo colecionados ou utilizados como adornos. Algumas lojas têm se especializado no comércio de peças e mobiliário industriais usados.
O grande truque, no sentido positivo, é a peça ser vintage e ter um certo aspecto de usado. Outros argumentos criativos, produtivos e acessórios são somados às peças. Atualmente, espaços retrô, tais como barbearias e bares, têm utilizado este conceito. Já os colecionadores preferem peças únicas ou com tiragem muito reduzida.
Um dos novos destaques deste universo “industrial” é o jovem designer Raphael Preto – criado em uma fábrica de máquinas industriais fundada por seu bisavô, no bairro paulistano do Tatuapé. Desde criança, montava suas próprias traquitanas. Desmontar rádios, TVs, panelas e outros objetos de uso doméstico era sua diversão predileta. Hoje tem um ateliê anexo à fábrica. Cortar o cordão umbilical, jamais… Os operadores do maquinário, o cheiro de óleo, as aparas, os sons das engrenagens, as tintas respingadas, tudo é inspiração.
Sua coleção atual tem o universo espacial, suas órbitas e os satélites como referência. O espaço de Raphael está mais para uma experiência à la Blade Runner do que para referências setentistas, com suas cores vibrantes e os metais. Couro, cobres, rebites, dobradiças e sanfonas metalizadas dão um tom underground e muito atual às suas criações. Acompanhe e invista…
Por Beto Cocenza, curador do BOOMSPDESIGN
Imagens Divulgação
Matéria Publicada em Revista Decorar 121.
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